Um terremoto de magnitude 5,1 na escala Richter foi registrado neste domingo (30) na região central de Myanmar, com epicentro a 28 quilômetros a noroeste da cidade de Mandalay. Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), o hipocentro foi localizado a 10 quilômetros de profundidade. Até o momento, não há informações sobre vítimas ou danos materiais.
O tremor é uma das várias réplicas do forte terremoto de magnitude 7,7 que atingiu o país na sexta-feira (28), resultando em mais de 1.600 mortos e 3.400 feridos. A mais intensa das réplicas até agora, de magnitude 6,7, ocorreu poucos minutos após o sismo inicial.
Resgate internacional mobilizado
Equipes de resgate de diversos países iniciaram neste domingo buscas por sobreviventes nas áreas mais afetadas. O canal de televisão estatal MRTV, controlado pela junta militar birmanesa, informou que bombeiros, técnicos e socorristas da Rússia, China, Índia, Cingapura, Tailândia e Hong Kong já estão em solo birmanês auxiliando nas operações.
A junta militar, que declarou estado de emergência em seis regiões devastadas, divulgou imagens da chegada das equipes de resgate e do deslocamento para localidades como Mandalay, a segunda maior cidade do país, onde os danos são significativos.
O time russo, composto por 23 especialistas, quatro cães farejadores e dois intérpretes, levou duas toneladas de suprimentos. A Índia também enviou uma aeronave militar com 1,5 tonelada de mantimentos.
Falta de insumos e preocupação humanitária
As Nações Unidas e organizações humanitárias alertaram para a grave escassez de materiais médicos na região. Em resposta, equipes cirúrgicas móveis e hospitais de campanha foram mobilizados para atender os feridos.
O Fundo de Assistência de Emergência da ONU (CERF) destinou cinco milhões de dólares para a crise, enquanto o Escritório de Serviços para Projetos da ONU (UNOPS) adicionou outros 10 milhões. A Irlanda e a Austrália também anunciaram doações de seis milhões de euros e dois milhões de dólares, respectivamente. Os recursos serão administrados por agências da ONU e organizações como o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).
Apesar da mobilização internacional, preocupações sobre o controle da ajuda persistem, já que a junta militar birmanesa, no poder desde o golpe de Estado em fevereiro de 2021, ainda não esclareceu como distribuirá os fundos em territórios não sob seu domínio. Grupos de oposição denunciaram que, mesmo diante da tragédia, os militares realizaram ataques aéreos no sábado em Sagaing, epicentro do tremor, e em Naung Cho, no estado de Shan.