A Câmara Municipal de Florianópolis reuniu, nesta quinta-feira, representantes de blocos de Carnaval, vereadores e o secretário de Turismo, Juliano Richter, para discutir o edital que prevê a concessão onerosa de espaços públicos para o Carnaval de Rua pelos próximos três anos. A festa será realizada em 12 arenas espalhadas por diferentes regiões da cidade, em uma tentativa de descentralizar as celebrações e melhorar a mobilidade urbana. A medida tem gerado debates entre blocos e a prefeitura.
A expectativa é de que Florianópolis receba cerca de 3 milhões de foliões em 2025. O secretário de Turismo, Desenvolvimento Econômico e Inovação do município, Juliano Richter, diz que o objetivo da Prefeitura é estar presente nas comunidades, proporcionando uma experiência melhor do carnaval às pessoas.
“Principalmente levar a nossa comunidade uma experiência melhor do nosso carnaval para que possam perceber a ação da Prefeitura nessa época do ano, que é a maior expressão popular no Brasil. No ponto de vista técnico, as arenas vão ser espalhadas ao longo da cidade e em cada uma delas teremos uma grande estrutura para proporcionar que esse público possa aproveitar ao máximo o carnaval. Qualquer pessoa pode ir lá brincar de forma gratuita e os blocos que desejarem usar essa estrutura também estarão liberados para usar. Os blocos continuam com a suas liberdades, isso é fundamental pelo estilo de carnaval que Florianópolis tem, e cabe a Prefeitura ajudá-los a desfilar e a fazer seus festejos da melhor forma possível”, afirmou o secretário.
A reunião foi proposta pelo líder de governo na Câmara, vereador Diácono Ricardo, após reivindicações sobre algumas questões no edital que proíbe ações de guerrilha de marketing em um raio de 1km das arenas oficiais do Carnaval.
“A reunião foi muito positiva! A Prefeitura Municipal de Florianópolis junto com a Câmara, têm sempre essa pauta do diálogo, e pudemos escutar o que esses blocos trouxeram e chegamos a um denominador comum. A Prefeitura vai rever esse raio de um quilômetro das arenas, e creio que sim, na próxima semana teremos novidades. Mais uma vez, destaco que o diálogo é muito importante para juntos chegarmos a uma solução boa para todos”, enfatizou o vereador Diácono Ricardo.
Na reunião, uma coletiva que reúne mais de 40 blocos de Carnaval, aproveitou o encontro para sanar dúvidas e questionar pontos do edital.
“O edital do Leilão, de modo geral, preocupou muito os blocos de rua, no sentido de ter, de alguma forma, a sua manifestação e a sua liberdade de fazer o carnaval cerceado. Da privatização dos espaços públicos, é bem forte, porque, justamente muitos blocos tem um território alí, as arenas estão sendo construídas dentro de alguns blocos. Esse raio de 1km pode afetar a forma como os blocos funcionam, desde as suas saídas até os modos de financiamento. Então a gente fica bem receoso. Com esse diálogo que teve um início hoje, eles vão rever esse ponto para diminuir esse espaço, a ideia é que não inviabilize o carnaval que já acontece, tão bonito em nossa cidade”, afirmou a representante do Coletivo dos Blocos de Rua, Gabriela Miranda.
Como resultado da reunião, foi definida a criação de um grupo de trabalho composto pelos vereadores Carla Ayres, Leonel Camasão, Ricardo Pastrana, Diácono Ricardo, Rafinha de Lima, Bezerra, Manu Vieira, Ingrid Sateré Mawé e representantes dos blocos de Carnaval. Juntos, eles irão elaborar uma proposta para ajustar o edital e garantir que todos os envolvidos sejam ouvidos e atendidos de forma justa.
“Foram três pontos tirados que vão ser objeto dessa reunião em que a gente vai discutir a flexibilização desse raio, para diminuir ele, para impactar da menor forma possível, principalmente os blocos que saem no entorno dessas arenas. O segundo ponto é a questão de um segundo edital que é sobre o edital de credenciamento dos blocos que diz que os blocos que receberem apoio da Prefeitura, precisam ter a logo do executivo no seu abadá,e a gente questiona isso porque muitos blocos já estão se organizando a bastante tempo, então, aí vai ser alterada essa redação para que seja registrado o apoio da prefeitura de outras formas. O terceiro ponto é sobre os alvarás que os blocos precisam retirar, que o tempo hábil entre o lançamento do edital de credenciamento e a retirada do alvará não bate na burocracia, e também queremos flexibilizar isso”, destacou a vereadora Carla Ayres.
Também participaram da reunião os vereadores Renato da Farmácia, Bericó e João Padilha.